Título: O Alienista
Autor: Machado de Assis
Número de páginas: 108
Ano: 2007
Editora: Saraiva
Fanático pelo cientificismo, o protagonista busca os limites entre a loucura e a razão. Sua teoria é de que o espírito humano é uma vasta concha cujo objetivo é extrair a pérola, ou seja, a razão:
As pessoas destinadas inicialmente a habitar a Casa Verde para posterior estudo e diagnóstico, possuíam realmente casos de loucura e a internação era aceita pela sociedade.
Autor: Machado de Assis
Número de páginas: 108
Ano: 2007
Editora: Saraiva
O conto relata os acontecimentos na pequena
cidade de Itaguaí e o alvoroço que se instaura após a chegada do “maior dos
médicos do Brasil, de Portugal e das Espanhas”, o alienista e personagem
principal, Simão Bacamarte. Decidido a dedicar-se ao estudo da mente humana,
constrói na cidade um manicômio chamado Casa Verde, com o intuito de abrigar indivíduos
loucos que servirão de cobaias em seus experimentos científicos.
Fanático pelo cientificismo, o protagonista busca os limites entre a loucura e a razão. Sua teoria é de que o espírito humano é uma vasta concha cujo objetivo é extrair a pérola, ou seja, a razão:
demarquemos definitivamente os limites da razão e da loucura. A razão é o perfeito equilíbrio de todas as faculdades; fora daí insânia, insânia e só insânia
As pessoas destinadas inicialmente a habitar a Casa Verde para posterior estudo e diagnóstico, possuíam realmente casos de loucura e a internação era aceita pela sociedade.
Em determinado momento, no entanto, Simão Bacamarte passou a enxergar a
loucura em todos e internar aqueles que causavam qualquer tipo de espanto...
Enquanto essas internações vão acontecendo, a população fica cada vez
mais alarmada e o clima mais tenso. O barbeiro Porfírio que há muito tempo
desejava ingressar na carreira política, faz frente ao movimento de protesto. A
população se move em direção à casa do alienista, mas é recebida por ele da
maneira mais equilibrada e racional
Meus senhores, a ciência é coisa séria e merece ser tratada com seriedade. Não dou razão dos meus atos de alienista a ninguém [...] Poderia convidar alguns de vós em comissão dos outros a virem ver comigo os loucos reclusos; mas não o faço, porque seria dar-vos razão do meu sistema, o que não farei a leigos nem a rebeldes.
O desfecho é surpreendente e fantástico! O Alienista permite uma análise atemporal da narrativa machadiana e mostra a literatura como fonte de consciência e reflexão, levando seu
leitor a diversos questionamentos. Assim como, o conto remete à tentativa
frustrante de ideais utópicos, preconceitos, máscaras sociais e às disputas
pelo poder, nas quais, de maneira estratégica, irônica e crítica, Machado de
Assis desnuda a sociedade da época.
CLASSIFICAÇÃO:
ÓTIMO! |